terça-feira, 11 de setembro de 2012

Os Cinco Propósitos para a Igreja



Os propósitos de Deus para Igreja estão baseados no grande mandamento e na grande comissão. Vejamos os respectivos textos; o grande mandamento: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda Lei e os Profetas” (Mt 22.37-40). A grande Comissão: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.19, 20).

1. ADORAÇÃO

Respondendo a um interprete da lei, Jesus Cristo declarou que o primeiro e grande mandamento é: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mt 22.37). De que maneira expressamos nosso amor a Deus? Num primeiro momento fazemos isso recebendo pela fé e com gratidão o seu presente de salvação em Cristo, mas sem dúvida, a melhor forma de expressarmos nosso amor ao Pai está em nos submeter alegremente à sua Palavra (Jo 14.23, 24).
Jesus afirma que Deus está à procura de adoradores e não de adoração (Jo 4.23), ou seja, de pessoas que reconheçam a sua soberania e se entregam ao amoroso poder controlador do Espírito Santo, a fim de poderem oferecer uma adoração que satisfaça a Deus: “em espírito e em verdade”. Uma das mais conhecidas formas de adoração a Deus ocorre durante os louvores (Ef 5.19), quando celebramos sua presença, quando lhe declaramos nosso amor e devoção, quando proclamamos seus feitos maravilhosos em atitude de total gratidão, mas a essência da adoração revela ser a nossa sujeição a Deus essa rendição tem reflexo na nossa maneira de viver, ou seja, fazemos da adoração ao Pai não um ato isolado, mas um estilo de vida.
Existe muita coisa nesse mundo que deseja nossa adoração, por essa razão Jesus declarou: “...Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (Mt 4.10). Deus não aceita dividir nossa adoração ou devoção. Somente a exclusividade lhe agrada. Jesus Cristo também enfatizou que: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro...” (Mt 6.24).  

2. MINISTÉRIO OU SERVIÇO

Na seqüência Jesus Cristo respondeu ao fariseu dizendo que o segundo grande mandamento da lei é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (v. 39). Mas afinal quem é o nosso próximo? Na parábola do bom samaritano, Jesus ensina que o nosso próximo é qualquer pessoa com quem entrarmos em contato, seja ela cristã ou não (Lc 10.29-37).
Tiago chama de lei “régia” ou real o mandamento de Cristo: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (2.8), e ele nos lembra que Deus deseja que calibremos os nossos relacionamentos com base nessa ordem, e isso equivale a dizer que devemos tratar os outros como gostaríamos de ser tratados, ou seja, sem discriminação, favoritismo e coisas semelhantes a estas (Lc 6.31).
Está em vista o mesmo amor sacrificial de Cristo por nós: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar a nossa pelos irmãos” (1Jo 3.16). Talvez não seja necessário morrer por alguém, mas sem dúvida o amor somente se revela quando decidimos fazer algo de concreto em favor dos que sofrem, e isso sem medir conseqüências, como se fosse para nós mesmos.   
A melhor forma de demonstrarmos amor pelo próximo é servindo-o. Podemos fazer isso de várias maneiras. Por exemplo, João diz: “que se alguém possuir recursos deste mundo (dinheiro), e vir a seu irmão padecer necessidade (fome ou nudez), e fechar-lhe o coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1Jo 3.17); em outras palavras, amamos amparando, alimentando, aquecendo, ajudando, ensinando etc. O amor de lábios é condenado nas Escrituras (1Jo 3.18; Ez 33.31).

3. MISSÕES OU EVANGELISMO

A missão da igreja em relação ao mundo está diretamente ligada à evangelização do descrente. A salvação do homem somente ocorrerá se esse receber, pela fé, a Jesus Cristo como seu Salvador (Jo 1.12). Não há outro meio do homem livrar-se do estado de condenação em que está (Rm 3.23; 6.23). Nossa missão se concentra em espalhar essa verdade, onde Cristo ainda não foi anunciado (Rm 15.20).
A ordem de Cristo: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações” (v. 19) é tarefa inacabada, pois ainda há inúmeros povos (ethnê), nações e tribos que ainda não conhecem Jesus de Nazaré. A pregação ou a divulgação das boas novas de salvação em Cristo (Rm 1.16, 17), não se limita à nossa comunidade, mas deve ser simultaneamente levada a efeito desde a nossa vizinhança até os confins da terra (At 1.8).
Não importa a forma, estilo ou estratégia de trabalho (ex: filme “Jesus segundo evangelho de Lucas”; fazedores de tendas; ondas de rádio etc), contanto que a mensagem seja passada da maneira mais clara possível. O Espírito Santo se encarrega de convencer o pecador no exato momento da evangelização (Jo 16.8-11). Até um bom testemunho ou uma boa ação são maneiras eficazes de despertar o interesse do descrente para o evangelho de Cristo (Mt 5.14-16; Jo 13.34, 35). 

4. COMUNHÃO

O resultado da nossa pregação pode ser vista no número de batismos que realizamos no ano. Podemos dizer que a evangelização está completada logo após batizarmos o novo converso. Em muitos casos na história da igreja primitiva, o batismo ocorria logo após a conversão, um exemplo disso teve lugar na vida de um importante oficial (eunuco) da Etiópia (At 8.35-38).
O batismo está diretamente ligado a mais um dos propósitos de Deus, ou seja, ele introduz o novo convertido no corpo místico de Cristo (1Co 12.13), que é a sua igreja (Ef 1.22, 23). Em outras palavras, pelo batismo passamos a espiritualmente desfrutar da comunhão com Deus e com todos os cristãos nascidos de novo que há no mundo.
Na oração sacerdotal de Cristo, Ele pediu ao Pai para que nos ajudasse a sermos um: “a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17.21). Em Cristo nós somos um, uma unidade ou identidade perfeita que não pode ser dividida, mesmo que tenhamos formas diferentes de expressar nossa devoção e amor a Deus.
O que quebra ou atrapalha a nossa comunhão? Não são as obras da carne alistadas pelo apóstolo Paulo aos Gálatas? Vejamos algumas: inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdia, dissensões, facções e invejas (5.20, 21). Com essas podemos somar a outras: fofoca, divisão, falta de humildade e coisas semelhantes que o diabo emprega para nos desunir. Qual, pois é o nosso desafio? Somente podemos cumprir o propósito divino da comunhão se nos superarmos, se nos submetermos ao controle do Espírito Santo (Gl 5.22), se vivermos em paz com todos (1Pe 3.11). 

5. DISCIPULADO

A evangelização seguida do batismo em águas não torna o novo crente automaticamente semelhante a Cristo no caráter. Aliás, a conversão não muda o caráter, apenas dá a condição favorável para isso. O caráter do novo crente é formado na continuidade de sua pratica de fé, na santificação. De conhecimento em conhecimento da verdade (Jo 8.32; 2Pe 3.18), de experiência em experiência com Deus (ex: oração respondida) o crente recém nascido na fé, vai assumindo a forma varonil na imagem de Cristo (Ef 4.12-16).
Jesus incluiu na grande comissão o dever de “ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (v. 20). Em outras palavras, os crentes mais antigos estão no dever de ensinar aos mais novos as doutrinas elementares do Cristianismo. Desta forma, esse propósito de Deus está intimamente ligado ao acompanhamento, passo a passo, até que o novo crente saiba orar, se conduzir adequadamente, evangelize outros e descubra a sua vocação no corpo de Cristo.
Nosso comportamento, na maneira de falar ou interagir com os outros deve ser moldado pela Palavra de Deus. O discipulado tem a missão de fazer isso. Paulo declarou para os crentes de Corinto que ele “plantou” ou evangelizou, mas Apolo “regou”, ou seja, discipulou, fez o acompanhamento, mas em todos os casos foi de Deus a missão de dar crescimento (1Co 3.6). 

NOSSA DECLARAÇÃO DE PROPÓSITOS

          Existimos para glorificar a Deus (adoração), evangelizar o perdido (missões), discipular os salvos (discipulado), preservar e aprofundar a comunhão entre os irmãos (comunhão) e servir ao próximo (ministério)”.


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