domingo, 29 de abril de 2012

Fé supersticiosa

Verifiquemos inicialmente que significa a palavra superstição conforme o dicionário Aurélio:
      “Sentimento religioso baseado no temor ou na ignorância, e que induz ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e a confiança em coisas ineficazes; crendice, crença em presságios tirados de fatos puramente fortuitos. Apego exagerado ou infundado a qualquer coisa”.
Quando analisamos a condição de fé de parte da população, inclusive daquelas que dizem ter fé, existe certo desentendimento no exercício do crer de fato em Deus.  Existe certa confusão no entendimento do real significado da fé. Santo Agostinho gostava de fazer uma analogia entre a palavra “fé” e a palavra “acreditar”: dizia ele que, acreditar em Deus, até o demônio acredita, assim como muitos que também acreditam que Deus existe. É aquele que acredita e manifesta uma confiança limitada, baseada no intelecto e no conhecimento tradicional histórico de “quem é Deus”. É diferente daquele que tem a fé subjetiva. Este crê e manifesta uma total e incondicional confiança, incorporada e inata, que brota de seu interior. Ela brota no coração de quem crê, manifestada por atos concretos que denotam a sua condição de crer.
Quando nos deparamos com uma fé supersticiosa, podemos verificar que é uma fé limitada. Isso porque a superstição limita a real crença incondicional, pois quando alguém diz ter fé em Deus e em seguida busca um apoio em alguma prática supersticiosa, demonstra aí a limitação da fé. Agindo de tal forma, a ação do Espírito Santo não se desenvolve e não torna a fé fecunda, já que Ele só pode agir naquele que acredita incondicionalmente na transformação que pode ocorrer.
No antigo testamento, no livro de Deuteronômio (18, 9-14), Deus adverte o povo hebreu das conseqüências daquele que apoiar a sua fé em tradições supersticiosas: “Quando tiveres entrado na terra que o Senhor teu Deus te dá, não te porás a imitar as práticas abomináveis da gente daquela terra. Não se ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, nem quem se dê à adivinhação, à astrologia, aos agouros, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo, à adivinhação ou evocação dos mortos, porque o Senhor, teu Deus, expulsa diante de ti essas nações. Serás inteiramente do Senhor, teu Deus. As nações que vais despojar ouvem os agoureiros e os adivinhos; a ti, porém, o Senhor teu Deus não o permite.”
Podemos verificar nesse trecho que o Senhor adverte: “Serás inteiramente do Senhor, teu Deus”.
Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, temos relatos que demonstram a necessidade de pertencermos somente a Deus, como por exemplo: no Evangelho de João (1,12): “Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Os quais não nasceram o sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus”.
Jesus exorta que aquele que crê no filho de Deus é nova criatura; portanto, não são mais apenas filhos do mundo, mas a partir de então passam a se tornar filhos de Deus. Assim devemos testemunhar. Buscar ser filhos de Deus significa sermos diferentes do que o mundo quer que sejamos. O que deve diferenciar o filho de Deus dos filhos do mundo é a prática da sua fé incondicional em Jesus e não em práticas supersticiosas.
Paulo escreve na carta aos Gálatas (5, 16-23): “Digo, pois: Deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis aos apetites da carne. Porque os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros. É por isso que não fazeis o que quereríeis. Se, porém, vos deixais guiar pelo Espírito, não estais sob a lei. Ora, as obras da carne são estas; fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Ao contrário, o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Contra essas coisas não há lei.”
Podemos então concluir que a fé é um dom que vem pelo Espírito Santo, que produz em nós os seus frutos e conseqüentemente nos leva a ter uma fé consistente. Logo, a autêntica fé, aquela  que  produz  bons frutos  em  Jesus  Cristo está longe das práticas supersticiosas.
Em João (14,1) Jesus disse: “Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus; crede também em mim”. Nesse versículo, Jesus insiste que, para que a nossa fé produza frutos, precisamos nele confiar. Só pode ficar livre dos entraves da superstição aquele que entende e pratica o que significa esse versículo. Concluindo, podemos dizer que, para praticar o que Jesus ensinou em seu evangelho é necessário crer e  ter  a  atitude de fé, é  necessário  fazer  a  nossa  parte, pois  só  através  de  atitudes de  fé podemos  transformar  a  palavra   em  prática e  conseqüentemente colhermos  frutos de  uma  fé  autêntica.



segunda-feira, 16 de abril de 2012

Frutificar...


   “Eu Sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós os ramos; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos. O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.” (João 15:1-8; 12-14)

Jesus disse que é a videira verdadeira e cada um de nós somos ramos dessa videira.
Por causa disso, temos uma missão única - dar muitos frutos. É isso mesmo – frutificar. Não é dar folhas ou flores para embelezar a videira; é muito mais do que isso, é frutificar. Qualquer cristão, ou seja, qualquer ramo que não der fruto, o Pai vem , corta, e joga fora para que seja queimado no fogo. Aquele que estiver frutificando, o Pai limpa para que dê mais fruto ainda.
A função de produzir frutos não pertence à videira ou ao agricultor, mas, sim aos ramos. Como os ramos podem produzir frutos, ou como os discípulos podem frutificar? Há duas maneiras para isso:
1. Em si mesmo, ou seja, os discípulos podem produzir em suas próprias vidas. Essa frutificação fala de ser como Jesus, ou de ser um discípulo de Jesus, ou seja, de santidade no caráter. O fruto do Espírito mencionado em Gálatas 5.22-23 aponta para isso, já que fala sobre aspectos de caráter gerados pelo Espírito Santo na vida de um discípulo.
2. Através de si mesmo, ou seja, os discípulos podem produzir nas vidas de outro. Essa frutificação fala de fazer de outros como Jesus, ou de fazer discípulos de Jesus, ou seja, de missão. A grande comissão mencionada em Mateus 28.18-20 aponta para isso, já que fala sobre a missão dada por Jesus aos seus discípulos.
O Senhor nos escolheu e nos enviou para que frutifiquemos.
         Você sabe que o Senhor Deus espera que você produza frutos?
         Muitas vezes tentamos caminhar por nós mesmos. E podemos até ter boas intenções... Entretanto, não é pelo nosso muito falar, nem pelo nosso muito esforço que seremos capazes de produzir frutos para o Reino de Deus. O fruto é algo natural para uma planta sadia.
         A nossa planta é a melhor possível. Nossa planta é JESUS! Nós os ramos é que devemos estar sadios também, mas completamente dependentes da planta, ou melhor, da VIDEIRA VERDADEIRA.
         Você quer produzir frutos? Dependa de Jesus!




segunda-feira, 9 de abril de 2012

Florescer...


Imagine uma planta brotando do chão. Suas raízes estão afundadas em lama e sujeira, mas ela não é a lama ou a sujeira. Sua haste volta-se para cima, eleva-se, afasta-se da sujeira e dirigi-se ao céu, de onde a luz que vem de cima a ilumina e lhe dá força para viver.
Essa planta cresce, desenvolve e floresce, tira do solo o que é de valor e transforma-o em vida. Ela oferece a todos um fruto saboroso e, assim, espalha suas sementes. 
Devemos ser assim.
Deus nos planta, muitas vezes, em lugares nada atraentes, cheios de lama e sujeira, a fim de que ali brotemos, floresçamos e tragamos vida e beleza. Ele espera que tiremos da lama o melhor e a partir dai frutificaremos. Na lama, esconde-se aquilo que nos faz crescer. Para que isso aconteça, precisamos nos direcionar mais para o céu e receber, da luz de Deus, a energia vital, que é a sua presença em nossas vidas, sem a presença de Deus, sem a luz de Deus, morremos imediatamente.
O cristão que cresce tem que florescer. Ele é o perfume e a beleza de Cristo expostos diante do mundo. Ele tem que ser uma atração positiva e produtiva na sociedade em que vive.
O florescer da vida cristã não é o começo da caminhada de fé, mas o amadurecimento espiritual  e a partir daí começa a dar indícios de frutos.
O tempo de florescer é cheio de alegria que enfeita a vida espiritual. A pessoa não vê mais as dificuldades, e sim as possibilidades de milagres. A oração se torna algo quase natural e o entendimento das Escrituras se revela aos olhos.
Floresça no local onde você está plantado. Se você confiar em Deus, que o plantou neste lugar, e perseverar, será como a árvore frutífera dando sombra, sustento, beleza e vida onde haveria apenas o vazio da morte.