terça-feira, 30 de outubro de 2012

Discipulado, uma visão do coração de Deus


Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir, guiar-te-ei com os meus olhos.” (Salmo 32:8)
“Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor, o teu Deus, que ensina o que é útil e te guia pelo caminho em que deves andar.” (Isaías 48:17)

O discipulado é uma visão do coração de Deus. Após o discípulo ser consolidado, firmado em Cristo Jesus, ele necessita aprofundar-se no conhecimento de Deus e de Sua graça. E a melhor maneira para que isso aconteça é por meio do discipulado, ensinando-o com clareza e destreza os preceitos e estatutos do Reino de Deus.
A palavra discipular, na Bíblia, pode ser definida através dos termos hebraicos Yarah e Lamed.
YARAH significa instruir, dirigir, ensinar, apontar, atirar, visar, arremessar, lançar em linha reta. “Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir, guiar-te-ei com os meus olhos.” (Salmo 32:8)
LAMED significa instruir, treinar, estimular, incitar, ensinar, fazer alguém aprender. “Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor, o teu Deus, que ensina o que é útil e te guia pelo caminho em que deves andar.” (Isaías 48:17)
Alguns pontos são fundamentais neste processo de discipulado, tais como:
1. Estabelecer a visão do discipular
A visão do discipulado se estabelece no relacionamento do discipulador com o discípulo. As definições acima revelam o caráter de Deus investindo em cada ser humano, através de Jesus, para que procedamos de igual modo.
O ato de discipular confere a cada um dos filhos de Deus responsabilidades especiais para com aqueles a quem estão discipulando. Isso quer dizer que não podemos negligenciar a tarefa de cuidar dos discípulos dando-lhes uma referência segura, a fim de que tenham em quem se espelhar. Para que isso aconteça, é necessário estarmos refletindo claramente o caráter de Cristo através de nosso procedimento.
2. Fundamentar o discipulado
A orientação apostólica, dada por Deus, nas cartas escritas à Igreja, fundamenta a visão do discipulado através de três pontos:
- Equipando os discípulos e assistindo-os com objetivo de levá-los a uma vida de serviços frutíferos (Efésios 4:11,12).
- Transmitindo a verdade a cada geração sucessiva de convertidos, isto é, discipulando aqueles com quem você mantém contato, para que estes por sua vez, discipulem aqueles que são do seu círculo de relações (II Timóteo 2:2).
- Multiplicando através do exemplo. Isso representa buscar uma vida de santidade, pois a multiplicação só é eficiente se for obedecida por discipuladores, cristãos que primeiro vivam a verdade na pureza e poder do Evangelho. Assim, cada nova geração de discípulos no Corpo de Cristo manterá a semelhança de Jesus, cuja vida e caráter não são apenas proclamados, mas se acham presentes na vida daqueles que discipulam em Seu nome.
3. Princípios da visão do discipulado
O discipulador, na visão do discipulado, precisa de princípios bem estabelecidos em sua vida para que expresse com exatidão o caráter dAquele que representa na Terra. Os princípios que perfilam o caráter do discipulador são Santidade e Fidelidade, que geram o Compromisso.
3.1 Santidade
“Para confirmar os vossos corações, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os Seus santos. ” (I Tessalonicenses 3:13)
A palavra santidade tem origem na palavra grega hagiosune e significa o processo, qualidade e condição de uma disposição sagrada e a qualidade da santidade na conduta pessoal. É o princípio que separa o crente do mundo.
Hagiosune nos consagra ao ministério do discipulado, no corpo e na alma, encontrando realização na dedicação moral e uma vida comprometida com a pureza.
A santidade faz com que cada característica nossa seja submetida à inspeção divina e receba a Sua aprovação. A fonte da santidade é um relacionamento pessoal com Jesus e não um sistema de obras.
3.2 Fidelidade
“Como o frio da neve no tempo da sega, assim é o mensageiro fiel para com os que o enviam; porque refresca a alma dos seus senhores.” (Provérbios 25:13)
A palavra fidelidade, na Bíblia, deriva do termo fiel, que no hebraico é emunah e significa firmeza, estabilidade, lealdade, consciência, constância, segurança, aquilo que é permanente, duradouro, constante.
Emunah vem da raiz aman, significa estar firme, certo, estabelecido, estável. Emunah é traduzida frequentemente como fidelidade também.
3.3 Compromisso
“Por isso, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial. Antes anunciei primeiramente aos que estão em Damasco e em Jerusalém, e por toda a terra da Judéia, e aos gentios, que se emendassem e se convertessem a Deus, fazendo obras dignas de arrependimento.” (Atos 26:19,20)
O Apóstolo Paulo estava totalmente comprometido com o objetivo do seu chamado: pregar o Evangelho e, assim, estabelecer o seu discipulado. Não há como ter o caráter de Cristo e não expressar compromisso com o Reino.
Como cristãos, não pode faltar em nossa vida de discipulado a santidade e a fidelidade que representarão o nosso compromisso com Deus e com o Seu Reino.
4. Abraçar a visão do discipulado com o Mestre Jesus
As profecias messiânicas, como Isaías 42:1-21; 49:1-7; 50:4-11; 53:12, preveem que o caráter servil de Jesus faria uma obra específica e agiria com obediência incondicional e imaculada.
Para abraçarmos a visão do discipulado, precisamos apreender o mesmo espírito de Jesus como servos, pois sabemos que o Filho do Homem não veio para ser servido e sim para servir.
Cristo procura aqueles que servirão sem buscar reconhecimento, procurando exaltá-lO generosa e obedientemente, tornando-O conhecido. Essa é a função dos servos, dos discipuladores, dos cristãos Estes devem estabelecer sua personalidade e ministérios através da própria devoção e obediência a Jesus, através de uma disposição verdadeira de servir sem interesses.
As bases do discipulado na Visão Celular visam instruir, dirigir, treinar, estimular e ensinar pessoas no caminho em que devem andar. É possível afirmar, então, que discipulado é o processo de uma vida.
Quando entramos na realidade do discipulado, compreendemos que não podemos viver mais exclusivamente para nós mesmos, mas devemos adotar um estilo de vida que nos permita compartilhar daquilo que Deus tem feito em nós.
Não podemos desconsiderar o fato de que, ao assumirmos o treinamento de novos convertidos, estamos nos tornando seus ‘pais espirituais’. Essa missão demanda tempo, esforço, dedicação, renúncia e, sobretudo, muito amor a Deus e às vidas que chegam ao Reino de Deus.
Deus conta conosco nesse processo de treinar as vidas e capacitá-las com o caráter de Cristo, a partir do Modelo que lhes é apresentado. Se assim for, estaremos formando discípulos que amam ao Senhor e que não têm dificuldades em amar as vidas e dispensar tempo para vê-las fielmente servindo ao Pai.
Abraçar a visão do discipulado é dedicar o tempo e a vida por amor ao Reino, é cumprir o mandamento de Jesus de fazer discípulos de todas as nações da Terra (Mateus 28:19).


terça-feira, 11 de setembro de 2012

Os Cinco Propósitos para a Igreja



Os propósitos de Deus para Igreja estão baseados no grande mandamento e na grande comissão. Vejamos os respectivos textos; o grande mandamento: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda Lei e os Profetas” (Mt 22.37-40). A grande Comissão: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.19, 20).

1. ADORAÇÃO

Respondendo a um interprete da lei, Jesus Cristo declarou que o primeiro e grande mandamento é: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mt 22.37). De que maneira expressamos nosso amor a Deus? Num primeiro momento fazemos isso recebendo pela fé e com gratidão o seu presente de salvação em Cristo, mas sem dúvida, a melhor forma de expressarmos nosso amor ao Pai está em nos submeter alegremente à sua Palavra (Jo 14.23, 24).
Jesus afirma que Deus está à procura de adoradores e não de adoração (Jo 4.23), ou seja, de pessoas que reconheçam a sua soberania e se entregam ao amoroso poder controlador do Espírito Santo, a fim de poderem oferecer uma adoração que satisfaça a Deus: “em espírito e em verdade”. Uma das mais conhecidas formas de adoração a Deus ocorre durante os louvores (Ef 5.19), quando celebramos sua presença, quando lhe declaramos nosso amor e devoção, quando proclamamos seus feitos maravilhosos em atitude de total gratidão, mas a essência da adoração revela ser a nossa sujeição a Deus essa rendição tem reflexo na nossa maneira de viver, ou seja, fazemos da adoração ao Pai não um ato isolado, mas um estilo de vida.
Existe muita coisa nesse mundo que deseja nossa adoração, por essa razão Jesus declarou: “...Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (Mt 4.10). Deus não aceita dividir nossa adoração ou devoção. Somente a exclusividade lhe agrada. Jesus Cristo também enfatizou que: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro...” (Mt 6.24).  

2. MINISTÉRIO OU SERVIÇO

Na seqüência Jesus Cristo respondeu ao fariseu dizendo que o segundo grande mandamento da lei é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (v. 39). Mas afinal quem é o nosso próximo? Na parábola do bom samaritano, Jesus ensina que o nosso próximo é qualquer pessoa com quem entrarmos em contato, seja ela cristã ou não (Lc 10.29-37).
Tiago chama de lei “régia” ou real o mandamento de Cristo: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (2.8), e ele nos lembra que Deus deseja que calibremos os nossos relacionamentos com base nessa ordem, e isso equivale a dizer que devemos tratar os outros como gostaríamos de ser tratados, ou seja, sem discriminação, favoritismo e coisas semelhantes a estas (Lc 6.31).
Está em vista o mesmo amor sacrificial de Cristo por nós: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar a nossa pelos irmãos” (1Jo 3.16). Talvez não seja necessário morrer por alguém, mas sem dúvida o amor somente se revela quando decidimos fazer algo de concreto em favor dos que sofrem, e isso sem medir conseqüências, como se fosse para nós mesmos.   
A melhor forma de demonstrarmos amor pelo próximo é servindo-o. Podemos fazer isso de várias maneiras. Por exemplo, João diz: “que se alguém possuir recursos deste mundo (dinheiro), e vir a seu irmão padecer necessidade (fome ou nudez), e fechar-lhe o coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1Jo 3.17); em outras palavras, amamos amparando, alimentando, aquecendo, ajudando, ensinando etc. O amor de lábios é condenado nas Escrituras (1Jo 3.18; Ez 33.31).

3. MISSÕES OU EVANGELISMO

A missão da igreja em relação ao mundo está diretamente ligada à evangelização do descrente. A salvação do homem somente ocorrerá se esse receber, pela fé, a Jesus Cristo como seu Salvador (Jo 1.12). Não há outro meio do homem livrar-se do estado de condenação em que está (Rm 3.23; 6.23). Nossa missão se concentra em espalhar essa verdade, onde Cristo ainda não foi anunciado (Rm 15.20).
A ordem de Cristo: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações” (v. 19) é tarefa inacabada, pois ainda há inúmeros povos (ethnê), nações e tribos que ainda não conhecem Jesus de Nazaré. A pregação ou a divulgação das boas novas de salvação em Cristo (Rm 1.16, 17), não se limita à nossa comunidade, mas deve ser simultaneamente levada a efeito desde a nossa vizinhança até os confins da terra (At 1.8).
Não importa a forma, estilo ou estratégia de trabalho (ex: filme “Jesus segundo evangelho de Lucas”; fazedores de tendas; ondas de rádio etc), contanto que a mensagem seja passada da maneira mais clara possível. O Espírito Santo se encarrega de convencer o pecador no exato momento da evangelização (Jo 16.8-11). Até um bom testemunho ou uma boa ação são maneiras eficazes de despertar o interesse do descrente para o evangelho de Cristo (Mt 5.14-16; Jo 13.34, 35). 

4. COMUNHÃO

O resultado da nossa pregação pode ser vista no número de batismos que realizamos no ano. Podemos dizer que a evangelização está completada logo após batizarmos o novo converso. Em muitos casos na história da igreja primitiva, o batismo ocorria logo após a conversão, um exemplo disso teve lugar na vida de um importante oficial (eunuco) da Etiópia (At 8.35-38).
O batismo está diretamente ligado a mais um dos propósitos de Deus, ou seja, ele introduz o novo convertido no corpo místico de Cristo (1Co 12.13), que é a sua igreja (Ef 1.22, 23). Em outras palavras, pelo batismo passamos a espiritualmente desfrutar da comunhão com Deus e com todos os cristãos nascidos de novo que há no mundo.
Na oração sacerdotal de Cristo, Ele pediu ao Pai para que nos ajudasse a sermos um: “a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17.21). Em Cristo nós somos um, uma unidade ou identidade perfeita que não pode ser dividida, mesmo que tenhamos formas diferentes de expressar nossa devoção e amor a Deus.
O que quebra ou atrapalha a nossa comunhão? Não são as obras da carne alistadas pelo apóstolo Paulo aos Gálatas? Vejamos algumas: inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdia, dissensões, facções e invejas (5.20, 21). Com essas podemos somar a outras: fofoca, divisão, falta de humildade e coisas semelhantes que o diabo emprega para nos desunir. Qual, pois é o nosso desafio? Somente podemos cumprir o propósito divino da comunhão se nos superarmos, se nos submetermos ao controle do Espírito Santo (Gl 5.22), se vivermos em paz com todos (1Pe 3.11). 

5. DISCIPULADO

A evangelização seguida do batismo em águas não torna o novo crente automaticamente semelhante a Cristo no caráter. Aliás, a conversão não muda o caráter, apenas dá a condição favorável para isso. O caráter do novo crente é formado na continuidade de sua pratica de fé, na santificação. De conhecimento em conhecimento da verdade (Jo 8.32; 2Pe 3.18), de experiência em experiência com Deus (ex: oração respondida) o crente recém nascido na fé, vai assumindo a forma varonil na imagem de Cristo (Ef 4.12-16).
Jesus incluiu na grande comissão o dever de “ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (v. 20). Em outras palavras, os crentes mais antigos estão no dever de ensinar aos mais novos as doutrinas elementares do Cristianismo. Desta forma, esse propósito de Deus está intimamente ligado ao acompanhamento, passo a passo, até que o novo crente saiba orar, se conduzir adequadamente, evangelize outros e descubra a sua vocação no corpo de Cristo.
Nosso comportamento, na maneira de falar ou interagir com os outros deve ser moldado pela Palavra de Deus. O discipulado tem a missão de fazer isso. Paulo declarou para os crentes de Corinto que ele “plantou” ou evangelizou, mas Apolo “regou”, ou seja, discipulou, fez o acompanhamento, mas em todos os casos foi de Deus a missão de dar crescimento (1Co 3.6). 

NOSSA DECLARAÇÃO DE PROPÓSITOS

          Existimos para glorificar a Deus (adoração), evangelizar o perdido (missões), discipular os salvos (discipulado), preservar e aprofundar a comunhão entre os irmãos (comunhão) e servir ao próximo (ministério)”.


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Noemi e Rute: Exemplo de Discipulado


Rute teve contato com uma DISCIPULA DE DEUS, ou melhor, ela teve contato com uma DISCIPULADORA DE DEUS.
Ser um discipulador não se resume a ministrar para uma classe cheia de alunos, a alguns aconselhamentos esporádicos, a uma reunião entre duas ou mais pessoas, a um programa de estudos ou algo momentâneo, ser um discipulador é ter um vinculo intimo e sólido com alguém, é ser um pai espiritual, adotar alguém e ensiná-lo e doutriná-lo naquilo em que acreditamos.
Ser um discipulador implica em termos um caráter aprovado, ou seja, uma vida de acordo com os padrões da fé que declaramos.
Para se ter resultado no ato de discipular alguém, é necessário também que aquele que esta sendo discipulado possua um coração aberto, disposto a ouvir e aceitar o que lhe for ministrado.
Com certeza na estória de Noemi e Rute encontramos estas características do discipulador e do discípulo. Vejamos:
Quem era Rute? Uma moabita, fazia parte de um povo que era inimigo de Israel, um povo politeísta, um povo que adorava a vários deuses. Rute conviveu com a família de Noemi por aproximadamente dez anos de acordo com o quarto versículo do cap. 1. Com certeza podemos afirmar que naquela casa ela ouviu falar do Deus de Israel, ela deve ter escutado sobre as maravilhas que Deus operou na vida do seu povo, de como Deus tirou o povo o Egito, da travessia do mar vermelho, das tábuas da lei, de como Deus cuidou do povo durante 40 anos no deserto, do maná, das batalhas em que Deus sempre esteve ao lado de Israel, como por exemplo, a queda das muralhas de Jericó, deve ter ouvido falar das histórias de Abraão, Isaque, Jacó, José, Josué. Com certeza ela deve ter visto naquela casa uma vida de testemunho de fidelidade para com Deus.
Quando Noemi, fala pela terceira vez para Rute retornar para a sua família ela responde, não instes para que te deixe,era como se ela dissesse não insista, não argumente, desista eu não vou voltar.
Para Rute tomar esta decisão era porque ela via na vida de Noemi, alguma coisa diferente, com certeza via a fé em Deus, via Deus agindo em sua vida. A bíblia não entra em detalhes sobre a vida de Noemi, mas podemos imaginar que era uma mulher comum, que cuidava dos seus deveres domésticos numa época em que a mulher não tinha liberdade nenhuma e com certeza aproveitava o tempo que passava com suas noras nestas tarefas diárias falando de Deus.
Uma pessoa temente a Deus. Se continuarmos lendo o livro até o final, veremos que ela era uma mulher seguidora dos costumes, possuía sabedoria, mas sujeita a momentos de tristeza, de angústia, de questionamentos. Ela tinha suas falhas, uma delas foi culpar Deus pelos seus sofrimentos, no cap 2. V.20 ela diz “Não me chameis Noemi (Noemi significa minha agradável), chamai-me Mara (que significa amarga) porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso.
Concluindo esta palavra, que lições podemos trazer para os nossos dias com a história de Rute e Noemi.
Noemi não possuía ferramentas para ser uma discipuladora, ela tinha a sua voz e o seu testemunho de vida, nós temos rádio TV, jornais, revistas, livros, a Bibília, computador, celular, IPAD, Ipod, internet, mas também precisamos usar as nossas vozes e principalmente nosso testemunho de vida para sermos discipuladores.
No mundo há bilhões de pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus, bilhões de pessoas criadas com uma necessidade de conhecer intimamente o Deus verdadeiro, criadas com a capacidade de separar o bem do mal, criadas com a necessidade de viver em sociedade em comunhão, Romanos 10.14 diz “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão se não há quem pregue” Estas pessoas precisam que alguém, eu, você, nós, venhamos a ser seus DISCIPULADORES, embaixadores de Cristo, vivendo uma vida de santificação para que elas  possam assim como Rute nos dizer “ O SEU POVO É O MEU POVO, O SEU DEUS É O MEU DEUS. Com certeza não conseguiremos converter todas as pessoas com quem tivermos contato, assim como Orfa que não fez a escolha certa como Rute, mas devemos cumprir o ide de Jesus.


Pregação do irmão José Antonio Maia